Sentir medo é normal. Temos medo do que não conhecemos, temos medo do que conhecemos de mais, temos medo de sentir e medo de tornarmo-nos pessoas frias. A angústia é omo uma parede fria depois de um banho quente de inverno, embora nem sempre sentirmos, ela sempre está ali, e vez ou outra você acaba tocando, tão involuntáriamente que chega a ser instinto, tão instintivamente que chega a ser involuntário. Aí pronto, o frio ecoa pelos nossos poros, fazendo-nos sentir, estremecer. Assim é o medo, assim é a angústia.
Compressa, vestimos nossas roupas quentes e saímos, com a falsa sensação de proteção, até que o primeiro golpe de ar frio tome o nosso corpo que novamente estremece. Irritados, continuamos nosso percurso até a coberta mais próxima mas assim que nos aconcheamos e nos protegemos de novo, lá vem um vento, delicado, sutil, minuncioso. Golpeia nosso corpo achando-nos sem defesa. Inconsequentemente, nos encolhemos, esperamos o frio ir embora, mas ali já não estamos mais protegidos. Nunca estamos.
Assim é a angústia e o medo: como um frio dia de inverno, onde o mais fino vento nos faz encolher e tremer, onder o que mais pedimos é por um pouco de sol, calor... Que parece nunca vir, e que jamais dura pra sempre.
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